Exercitar a mente regularmente pode ajudar a prevenir ou retardar o desenvolvimento de algumas doenças relacionadas ao cérebro, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência.
O hábito da leitura é uma das melhores formas de promover o desenvolvimento intelectual, cultural e social das pessoas. Há diversos benefícios em ler, desde o aprimoramento da linguagem até a ampliação do conhecimento. Para os próximos anos, a tendência mundial é que casos de demência, como o Alzheimer, continuem a subir. Neste cenário, é importante buscar estratégias para manter a saúde do cérebro, desde quando se é jovem, segundo estimativa apresentada na Alzheimer's Association International Conference.
A psicóloga Thalita Martins explica que o desenvolvimento do
cérebro se completa por volta dos 20 anos. Passado este ponto, gradualmente, as
funções cognitivas começam a reduzir. "Temos que trabalhar a mente desde a
infância", explica. Em outras palavras, após este período, já é importante
exercitar a mente para que se obtenham vantagens no futuro, mesmo que ainda
distante. A estimulação é um fator crucial; existem várias atividades que
colaboram com esse processo, como, por exemplo, o uso de jogos de tabuleiro,
xadrez, a prática de atividades físicas e o aprendizado de um novo idioma, que
colaboram para a manutenção do corpo e um cérebro ativo.
Ler é uma forma bastante eficaz de despertar a atividade
cerebral, desenvolvendo habilidades cognitivas como a memória, a atenção, o
raciocínio e a criatividade. Outro benefício importante da leitura é a
ampliação do vocabulário e da capacidade de expressão. Quanto mais se lê, maior
é a familiaridade com as palavras e com as diferentes formas de utilizá-las.
Essa nova geração de adolescentes (Geração Z, nascidos entre
os anos 1997 e 2012) em especial tem crescido em um mundo onde o celular e a
internet estão presentes desde cedo em suas vidas, o que pode contribuir para o
desenvolvimento de hábitos problemáticos de uso. Entre os sintomas da
dependência do celular estão a ansiedade, a irritabilidade, a dificuldade em se
concentrar e a falta de sono.
A psicóloga explica que é necessário ajustar alguns hábitos
do dia a dia, como, por exemplo, "pegar uma nova rota no trânsito ou andar
de bicicleta no bairro". Ela reforça que é importante pensar em ter um uso
funcional para o celular, "precisamos ter um uso moderado, ele tira da
pessoa a possibilidade de estímulo pela sua praticidade de fazer tudo para você".
O uso excessivo e inadequado do celular pode afetar a atenção, a concentração e
a memória, prejudicando o desempenho cognitivo em algumas atividades.
Ter a biblioteca como um mecanismo de relaxamento e estímulo
é, de modo geral, uma ótima ideia. Através dos livros, é possível viajar para
diferentes lugares, conhecer novas culturas e experimentar emoções diversas.
Além disso, a leitura pode ser uma forma de escapar dos problemas do dia a dia,
reduzir o estresse e fugir do excesso de telas. "No livro não existem abreviações
como usamos no celular, como o "pq" e "vc". O livro
compreende a língua portuguesa como ela é escrita", lembra Thalita.
Por outro lado, os exercícios físicos também são importantes
para um envelhecimento saudável. Eles ajudam a manter a força muscular, a
flexibilidade e podem ajudar a prevenir ou retardar o início de doenças
neurodegenerativas.
A psicóloga recomenda alguns tópicos e maneiras de exercitar
a mente:
1 - Ler livros e artigos de diferentes assuntos, o que pode
ajudar a melhorar a memória e a capacidade de concentração.
2 - Resolver quebra-cabeças, como palavras cruzadas, sudoku
e jogos de memória, que ajudam a estimular o raciocínio lógico.
3 - Aprender uma nova habilidade ou hobby, como tocar um
instrumento, pintar ou aprender uma nova língua, que estimula o cérebro a
aprender novas informações e desenvolver novas habilidades.
4 - Participar de atividades sociais, como grupos de leitura
ou aulas de dança, que podem ajudar a melhorar a saúde emocional e cognitiva.
5 - Praticar exercícios físicos regulares, como caminhada ou
ioga, que podem ajudar a melhorar a circulação sanguínea e a oxigenação do
cérebro, além de reduzir o estresse e a ansiedade.
É importante lembrar que a prevenção de doenças relacionadas
ao cérebro não depende apenas do exercício da mente, mas também de outros
fatores, como manter uma dieta saudável, controlar o estresse e praticar
atividades físicas regularmente. Além disso, é fundamental consultar um médico
regularmente para avaliar a saúde e realizar exames preventivos.