_Amor e dedicação foram marcar da encenação da via Sacra 2023_
Na manhã desta Sexta-feira Santa (7/4) a Paróquia São Domingos Sávio, realizou a tradicional, belissma e emocionante, encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo para mais de 2 mil fiéis.
Meu nome é Wellington Machado tenho 42 anos, iniciei teatro em 1990 ainda criança e desde de 1995 participo da Via Sacra!
Minha história com a Via Sacra " Estava andando numa rua no Rio de Janeiro na minha cidade natal e vi um ensaio da Via Sacra e parei para observar, não demorou muito tempo e já queria fazer parte daquilo e logo surgiu um convite onde mudou a minha vida pois estava com pensamentos contraditórios!
Percebi o quanto era especial para mim atuar e logo depois fui convidado a dirigir as peças do grupo!
Procurei fazer um curso de 4 anos de teatro na UFF ao qual me ajudou muito a contribuir no grupo de teatro e outras apresentações fora da igreja!
Quando cheguei em Brasília procurei ajudar também com a Via Sacra aqui na Paróquia São Domingos Sávio do Riacho Fundo 1 e com muito orgulho dentro de um movimento teatral que ajudei a fundar, "Confiart". As pessoas me perguntam como é dirigir a Via Sacra na Paróquia São Domingos Sávio?
Respondo: " cesto de responsabilidade em tratar a história de Jesus com todos os detalhes, transferir conhecimento técnico, se unir a pessoas que buscam os mesmos desafios e nessa união que vem o aprendizado e o crescimento cristão! Vivenciar momentos maravilhosos nos ensaios, nas reuniões, nos novas amizades e no carinho de construir uma obra que é gerênciada por Deus! Não é fácil, às vezes somos tomados pelo cansaço e por causa de algum ponto que não deu certo, mas continuemos com o amor de da o melhor e passar a mensagem! São várias noites em claro trabalhando muito para que possamos fazer o melhor!
No fim vem o melhor pagamento é o reconhecimento das pessoas quando se emocionam com cada cena e muitas das vezes se imaginam no momento em que jesus passou por tudo isso! Amo o que faço" destaca o diretor da Via Sacra Wellington Machado.
A Via Sacra da São Domingos como os moradores costuma falar, tornou-se tradição na cidade que nesta data esperavam ansiosos para rever a encenação já que havia mais de 2 anos sem ter a apresentação devido a Covid-19, respeitando as medidas de segurança da Organização Mundial de Saúde (OMS). A encenação percorreu a Avenida Sucupira sentido a avenida central da cidade até a área Central atrás da biblioteca pública onde foi realizada a crucificação
"Em 7 de abril de 2023 eu tive a honra de interpretar Jesus Cristo na Via Sacra, durante a manhã da Sexta-feira Santa. Tenho 22 anos, faço teatro desde os 11 anos de idade; já participei de festivais, ganhei prêmios de melhor ator, de melhor projeto artístico/teatral das escolas do Ceará, dentre outras coisas, mas eu sempre tive muito pé atrás para fazer encenações católicas e em igrejas. Somente agora com a CONFIART que eu me dei essa liberdade. Valeu a pena.
De início eu não queria assumir esse papel, seja pela responsabilidade associada seja por simplesmente não me achar digno dele; as circunstâncias me fizeram aceitar. Depois do meu SIM, de ter entendido que de algum modo ‘tinha que ser eu’, comecei a clamar ao Senhor, a cada terço rezado e a cada eucaristia, mais ou menos nestes termos:
“Meu Deus, pelo Teu divino poder, providenciai cada etapa desta encenação da Via Sacra, me faça menos indigno de representar-te e não permita que nem eu nem ninguém da equipe cometa qualquer sacrilégio ao tentar reproduzir aquelas palavras, cenas, atos e intenções que foram vivenciadas verdadeiramente na Paixão do Cristo”.
Todo o processo de preparação me fez perceber quão pequena é a minha fé. Em muitas reuniões e ensaios, nos dias de montagem do cenário e em discussões sobre a falta de verba para realização, eu tinha pensamentos muito pessimistas apesar das minhas preces em orações; sempre me parecia que não ia dar certo ao final. Até que chegou a semana santa e a dificuldade foi de continuar trabalhando com as chuvas e com alguns participantes no período de convalescência da gripe que pegou a muitos desde a semana anterior. Onde estava a minha fé, afinal? Foi olhando para o fervor do nosso diretor teatral (Wellington), da coordenadora da Confiart (Claudeci) , do coordenador de produção (Marcos Antônio) e de outros colegas que ajudaram intensamente a preparar tudo que eu fui ganhando a esperança de que continuar ali, me doando o quanto podia para colaborar e me preparando espiritualmente para este momento.
Esta foi uma grande lição. Todos ali envolvidos empenhados para fazer, apesar de qualquer dificuldade, e o ator que faria Jesus sem fé de que daria certo! Ora, algo parecia errado, não?
No entanto, foi só na manha da sexta-feira, três horas antes do que fora marcado para o início da encenação, que eu consegui visualizar que tudo ocorreria bem.
Na quinta-feira a tarde eu estava confeccionando a cruz que eu mesmo carregaria no dia seguinte. Jesus era carpinteiro, eu acabei tendo a oportunidade de poder me configurar um pouco a mais até nisso — depois de já ter mexido bastante com a madeira dos quadros do cenário. Na missa de quinta a noite houve a cena da Prisão de Jesus, antes dela insisti para receber de joelhos uma benção do Padre Roger, fiz uma oração colocando intenções para algumas pessoas (caso houvesse algum mérito naquela obra a se realizar) e fiquei ali, novamente, pedindo para ser menos indigno dessa atuação.
Agora, quanto à toda encenação de fato, na sexta de manhã, te peço perdão, caro leitor, ainda não me sinto preparado para falar dela com sinceridade (sem enfeites, nem exageros), talvez por falta de humildade, mas te deixo com as fotos e alguns vídeos daquele momento para que você possa imaginar simplesmente “se este ator parece apanhar, sofrer tanto e nem chegou perto de morrer por isso, o quanto não sofreu o Cristo com todo o peso dos meus pecados e dos do mundo inteiro, até suar sangue, até sangrar todo o corpo, até a morte, até a última gota de seu sangue mesmo após já morto!?”. Destaca Cumpade Marcos que fez o papel de Jesus Cristo.
Instagram @cumpademarcos
Texto: Genivaldo Soares
